5 LIVROS SOBRE VIAGEM PARA LER ENQUANTO VIAJA

On the Road:

Talvez o mais famoso livro sobre road trips já escrito, é um dos principais símbolos da Geração Beat, movimento de contracultura pós-Segunda Guerra Mundial, que rejeitava modelos narrativos tradicionais e valorizava a exploração da condição humana, a busca espiritual, a rejeição ao materialismo, a liberação sexual e a experimentação com drogas psicodélicas.

Vários dos personagens são inspirados em figuras centrais do movimento, como Allen Ginsberg, que serviu de modelo para Carlo Marx, William S. Burroughs, que inspirou Old Bull Lee e Neal Cassidy, no qual o infame Dean Moriarty foi baseado, o responsável por instilar no protagonista, Sal Paradise, a vontade insaciável de viajar, referido no livro como bug. Eles se encontram e se perdem várias vezes ao longo do livro, enquanto Sal viaja do leste ao oeste e ao centro e ao sul dos Estados Unidos, passando por cidades como São Francisco, Nova Orleans e Detroit, vivendo experiências sexuais, musicais e entorpecentes.

Jack Kerouac

O Gigante Enterrado:

Em uma terra alusiva à Grã-Bretanha pós-Arturiana, uma praga se espalha pelo vilarejo de Axl e Beatrice. Uma praga que afeta a memória das pessoas. Elas se esquecem de eventos importantes e, até mesmo, de seus familiares. O casal de idosos, então, sai em busca do filho, que mora em um vilarejo próximo, embora não tenham certeza, pois também são afetados pela perda gradual de memória. No caminho encontram uma série de personagens, ogros, fadas, cavaleiros e soldados saxões.

O autor, Kazuo Ishiguro, é o mais recente ganhador do Prêmio Nobel de Literatura. Ele é responsável por obras como Vestígios do Dia e Não Me Abandone Jamais, ambas adaptadas para o cinema.

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O Hobbit:

“Estou procurando alguém para participar de uma aventura que estou organizando, e está muito difícil encontrar alguém” com essa frase, Gandalf primeiro propõe à um relutante Bilbo Bolseiro que se junte à um grupo de anões que pretende recuperar o ouro debaixo da Montanha Solitária, guardada pelo dragão Smaug. Ele recusa, pois, como todo hobbit de respeito, não tem vocação para aventura, mas acaba sendo enganado a aceitar.

No caminho até a montanha, o grupo passa por vários perigos, que incluem elfos, humanos, trolls, goblins e águias gigantes. Descobrimos também como Bilbo veio a se tornar o dono do Um Anel, em torno do qual gira o Senhor dos Anéis.

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O Senhor dos Anéis:

Quando Bilbo Bolseiro decide partir para sua derradeira aventura, Frodo se vê dono de uma vasta herança, que inclui o Um Anel criado por Sauron para dominar a Terra Média. Agora responsável pelo objeto, ele parte em direção à Montanha da Perdição, único lugar onde é possível destruí-lo, auxiliado por uma companhia formada por homens, elfos, anões e outros hobbits.

Como Bilbo em O Hobbit, Frodo é profundamente alterado por suas aventuras, um sentimento com o qual qualquer viajante pode se identificar, aquele de não mais conseguir ficar, uma vez que já teve um gosto do mundo lá fora. Como alertou Bilbo, “É um negócio perigoso, Frodo, sair da sua porta. Você pisa na estrada e, se você não controlar seus pés, não há como saber até onde você pode ser levado”.

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A Odisséia:

Dez anos após o fim da guerra de Tróia, Odisseu, o multiardiloso, como era chamado na Ilíada devido à sua grande astúcia (ele concebeu o plano do Cavalo de Tróia, responsável pela queda da cidade), ainda não retornou para casa. Enquanto sua esposa Penélope e filho Telêmaco tem que lidar com uma centena de pretendentes à mão daquela, que aos poucos drenam os recursos de Ítaca, Odisseu foi mantido prisioneiro na ilha da ninfa Calipso, como punição por ter cegado o filho de Poseidon, o ciclope Polifemo.

Devido à intervenção da deusa Atena, Odisseu finalmente é libertado e, agora em segurança entre o povo feácio, reconta suas aventuras nos mares gregos, que envolvem canibais, bruxas, fantasmas, sereias e monstros marinhos.

Vários mitos gregos narram as aventuras de heróis como Odisseu, Hércules e Perseu, que, apesar de imperfeitos, são admirados há milênios por suas façanhas, que, não raramente, os levam por terras desconhecidas, para conhecer povos diferentes e provar culturas incomuns, como qualquer viajante, desde a Antiguidade.

Homer, The Odyssey.   Ulysses (Odysseus) killing the Suitors of his wife Penelope on the island of Ithaca

O que todos esses livros tem em comum? A transformação que o viajante passa durante sua jornada. Ele se conhece melhor, e volta mudado, mais como a pessoa que realmente é, com uma visão diferente do mundo, dos seus valores e de si mesmo.

Quer mais livros sobre viagem? Aqui vão algumas indicações: A Fazenda Africana, de Karen Blixen; O Livro das Maravilhas, de Marco Polo; O Físico, de Noah Gordon; Deuses Americanos, de Neil Gaiman; Na Natureza Selvagem, de Jon Krakauer; Livre, de Cheryl Strayed.